Peru busca evitar arbitragem sobre megaporto construído na China

30 abril 2024
©Daniel/Adobe Stock
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O governo peruano está tentando evitar um processo de arbitragem internacional que poderia ser aberto pela operadora portuária chinesa Cosco Shipping sobre uma disputa legal sobre direitos de exclusividade para uma enorme instalação que está sendo construída pela empresa, disse uma autoridade na segunda-feira.

A Cosco enviou uma carta ao Ministério da Economia do Peru em meados de abril para iniciar um processo de negociação de seis meses, a fim de chegar a uma resolução amigável sem ter que recorrer à arbitragem internacional, informou a mídia local pela primeira vez na segunda-feira.

O ministro da Economia, José Arista, disse numa entrevista à estação de rádio local RPP que recebeu a carta, mas ainda não respondeu.

Em março, a autoridade portuária do Peru disse que um “erro administrativo” deu à Cosco Shipping exclusividade sobre as operações no megaporto de Chancay e pediu a um juiz que anulasse a decisão. A Cosco deverá gastar US$ 1,3 bilhão na primeira fase do site.

Desde então, o governo tem pressionado medidas para permitir que os operadores portuários privados prestem serviços exclusivamente.

Arista disse ter “certeza” de que Peru e Cosco não teriam que passar por procedimentos de arbitragem.

“Chegaremos a um acordo antes”, disse ele.

O escritório da Cosco no Peru não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Um acordo de livre comércio entre o Peru e a China, em vigor desde 2009, protege os investimentos e permitiu o aumento do comércio entre os países.

“Nosso pensamento é que (a proposta) em breve será submetida a uma segunda votação no Congresso, o que acalmará os ânimos”, disse Arista.

No Peru, as medidas devem ser votadas duas vezes para se tornarem vinculativas. Os legisladores aprovaram a moção em uma primeira votação no início deste mês, embora a segunda votação ainda esteja pendente.

Este mês, a Cosco Shipping confirmou que o seu investimento no porto de Chancay estava em curso e que ainda esperava inaugurar a primeira parte do porto em Novembro para a cimeira dos líderes da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).


(Reuters - Reportagem de Marco Aquino; texto de Kylie Madry; edição de Sandra Maler)

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