Autoridade Portuária de Valência apresenta Plano Estratégico 2035

15 julho 2025
© Autoridade Portuária de Valência
© Autoridade Portuária de Valência

A Autoridade Portuária de Valência (PAV) apresentou seu Plano Estratégico no Edifício do Relógio do Porto de Valência, delineando uma visão e uma série de projetos com uma meta clara de 2035.

Trata-se de um plano decenal que visa consolidar o Porto de Valência como gerador de riqueza e emprego de qualidade, atuando também como motor de investimento e transformação no ecossistema portuário e logístico. Sua missão é prestar o melhor serviço possível ao setor empresarial.

Até 2035, o Porto de Valência aspira a movimentar até 45% do tráfego de contêineres carregados da Espanha para importação e exportação. O transporte ferroviário desempenhará um papel fundamental para atingir essa meta, com o objetivo de movimentar quase um em cada cinco contêineres (17%) que entram ou saem dos portos de Valência e Sagunto por via ferroviária.

No entanto, o transporte rodoviário continuará a desempenhar um papel fundamental. Valenciaport continuará firmemente comprometido com o transporte rodoviário como um elo essencial na cadeia logística.

Estima-se que, na próxima década, os terminais operados pelo PAV gerarão cerca de 80.000 empregos (contra 50.000 atualmente) e movimentarão US$ 46,5 milhões (€ 40 milhões) por meio de diversos projetos de digitalização, posicionando o porto na vanguarda da logística global. Tudo isso em consonância com o Marco Estratégico do Sistema Portuário Espanhol e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

O Plano estabelece uma série de indicadores de gestão para garantir a sustentabilidade econômica por meio da disciplina financeira e do controle de gastos, permitindo um crescimento que responda à demanda e às necessidades do setor exportador da Espanha.

Objetivos e Projetos do Plano Estratégico

Um dos principais objetivos do Plano é otimizar a infraestrutura portuária e logística para atender às crescentes demandas do comércio global. Para tanto, serão promovidos projetos emblemáticos, como o novo Terminal Norte, a melhoria do acesso ferroviário aos portos de Valência e Sagunto e o desenvolvimento integral de zonas logísticas estratégicas, como a ZAL e a Fuente de San Luis.

A descarbonização, a resiliência e o combate às mudanças climáticas são pilares centrais do Plano. O Valenciaport está comprometido com seu Plano de Emissões Líquidas Zero, por meio da adoção de energia renovável, fornecimento de energia em terra (OPS), combustíveis alternativos e ferramentas de compensação de carbono. Também promoverá o desenvolvimento de corredores verdes, a adaptação climática do ambiente portuário e projetos vinculados ao Vale do Hidrogênio em Sagunto.

O Plano também reconhece o papel vital do capital humano e da inovação na construção do futuro do Porto de Valência. Incentiva um ecossistema de inovação aberta, o desenvolvimento de um gêmeo digital do porto, a digitalização completa das operações e a transformação tecnológica dos sistemas de gestão. Paralelamente, busca aprimorar a integração porto-cidade em Valência, Sagunto e Gandia, fomentar espaços de contato com os cidadãos e promover o emprego inclusivo, a igualdade e programas de formação dual.

Para atingir esses objetivos, o documento — apresentado primeiramente à equipe do PAV e, posteriormente, aos representantes sociais e à Comunidade Portuária, que contribuíram ativamente para sua criação — define 20 projetos estratégicos e mais de 150 iniciativas concretas.

Esses projetos são estruturados em torno de cinco pilares estratégicos. O primeiro inclui ações que visam dinamizar o sistema (otimização da infraestrutura, sinergias com clientes-chave, ofertas sustentáveis para passageiros e medidas específicas em Sagunto e Gandia).

O segundo foca em ações ambientais, incluindo o Plano de Emissões Líquidas Zero e gestão de riscos, resiliência e adaptação climática. O terceiro aborda a inovação e a liderança digital do Valenciaport; o quarto, o papel do porto na geração de qualidade e no fomento das relações cidade-porto; e o quinto, o objetivo do porto de ser um modelo de boa governança e autossuficiência econômica.

Um Plano Participativo e Inclusivo

O Plano foi liderado e elaborado pela consultoria holandesa MBTS e pela Fundação Valenciaport. Foi desenvolvido com a colaboração da Comunidade Portuária e dos principais atores socioeconômicos envolvidos na logística e na atividade portuária de Valência, Sagunto e Gandia — em toda a Comunidade Valenciana e seu interior.

Mais de 200 partes interessadas (incluindo empresas, instituições, operadores logísticos, administrações públicas e associações) participaram ativamente do processo de design, contribuindo com insights estratégicos e operacionais.

O desenvolvimento do Plano envolveu uma análise aprofundada do contexto internacional, das tendências do comércio marítimo e dos principais desafios enfrentados pelo sistema portuário global, como a digitalização, a transição energética e o congestionamento da cadeia logística. Este diagnóstico foi cruzado com dados econômicos, ambientais, tecnológicos e sociais a nível nacional e europeu. Modelos de referência dos principais portos também foram estudados para identificar as melhores práticas adaptáveis ao contexto valenciano.

Ao longo do processo de elaboração, foram realizadas mais de 60 reuniões técnicas, workshops setoriais e entrevistas em profundidade, tanto internas quanto externas. Essas reuniões incluíram sessões com a equipe técnica e executiva do PAV, grupos de trabalho com representantes do transporte rodoviário e ferroviário, órgãos públicos, sindicatos, universidades e empresas. Também foram realizadas reuniões específicas com autoridades locais e representantes sociais de Valência, Sagunto e Gandia, para garantir fortes ligações entre a cidade e o porto.

Categorias: Portos