Uma audiência do Supremo Tribunal Federal terminou sem consenso sobre a adoção dos preços mínimos de frete e se esses preços devem ser ditados pelo governo, disse o ministro Luiz Fux na quarta-feira.
Os preços mínimos de frete, introduzidos por decreto após uma greve dos caminhoneiros de 11 dias no mês passado que atingiu as estradas do país, foram impostos pelo governo como uma das medidas para acabar com a paralisação.
Usuários de serviços de frete se preocuparam com a intervenção do governo, denunciando a medida como cara e uma ameaça ao livre mercado.
A enxurrada de ações judiciais se seguiu, e a Suprema Corte agora deve realizar uma audiência pública no final de agosto para se preparar para emitir uma decisão sobre o assunto, disse Fux a repórteres após reunião com fornecedores de transporte e representantes do agronegócio e outras indústrias.
A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) do Brasil disse que as divergências entre os comerciantes de grãos e as empresas de transporte em relação aos preços de frete de caminhões causaram atrasos nas exportações que afetaram as exportações de 6,8 milhões de toneladas de soja e farelo de soja.
A CNA calculou que os preços de transporte subiram 40% em média desde a introdução dos preços mínimos de frete, estimando perdas relacionadas de 10 bilhões de reais (US $ 2,66 bilhões) para a indústria de soja e milho.
A CNA disse durante as discussões sobre a nova política de frete de caminhões no Supremo Tribunal que cerca de 60 navios foram impactados por atrasos nas operações de carregamento nos portos brasileiros, com prejuízos estimados em 135 milhões de reais devido a multas de demurrage.
($ 1 = 3.75 reais)
(Reportagem de Leonardo Goy; Redação de Marcelo Teixeira e Ana Mano; Edição de Tom Brown)